As tumbas dos patriarcas

No caso dos patriarcas de Israel, a arqueologia tem preservado para nós não apenas suas memórias, mas também seus memoriais. Nós geralmente dizemos de um modo figurado que as pessoas “enterram suas memórias”, mas normalmente esta frase não é usada em sentido literal. Elas geralmente não fazem isso tão literalmente. Porém, quando se trata dos patriarcas (e matriarcas), os lugares de seus sepultamentos ainda estão conosco hoje. Que histórias estas tumbas contam? O lugar do sepultamento dos patriarcas Um dos mais conhecidos e controversos sítios na terra de Israel é a Tumba dos Patriarcas na cidade de Hebrom. O conflito que envolve esta cidade hoje entre judeus e árabes pelo direito a este lugar sagrado é um testemunho de eras a favor da presença dos patriarcas, dos quais ambos os grupos alegam descender. Na Bíblia lemos que depois da morte da esposa de Abraão em Quiriate-Arba (Hebrom), Abraão comprou de Efrom, o heteu, uma caverna para sepultamento para sua família em Macpela (Gn 23.17-20).

A Bíblia registra que nas tumbas desta caverna foram sepultados Abraão e Sara, Isaque e Rebeca, Jacó e sua esposa Lia. Indubitavelmente, seu caráter como lugar dos patriarcas fez da cidade a escolha de Deus para a capital do país sob o reinado de Davi (2 Sm 2.1-4; 5.3-5). Sobre a área da caverna hoje permanece de pé uma maravilha arqueológica — uma construção ainda intacta com mais de 2 mil anos. Este edifício, que foi construído para comemorar e preservar o lugar do sepultamento deles, é datado pela maioria dos eruditos como do tempo de Herodes, o Grande. Outros eruditos, porém, acreditam que a construção original é muito mais antiga. Ninguém na história recente explorou o interior da caverna, mas existe evidência da presença de várias tumbas em covas da Era do Bronze Médio I debaixo do prédio.

A única entrada para a caverna durante os tempos modernos foi logo depois que Israel ganhou de volta o acesso ao local durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967. Moshe Dayan fez uma garota israelita bem magra, chamada Michael, passar através da única entrada disponível para a caverna, uma entrada de ar de onze polegadas dentro do nível superior da construção. Enquanto sentia seu caminho em completa escuridão, ela media e fotografava um longo corredor (cerca de 19 metros) e 16 degraus que levavam a uma câmara maior. Além da presença de vários blocos de pedra, que podiam ser pedras de tumbas (uma estava escrita em árabe com palavras do Alcorão), nada deste ponto em diante podia ser examinado. Visitantes à Tumba dos Patriarcas hoje não podem nunca entrar exceto no nível superior do edifício, onde centotaphs (tumbas comemorativas) dos patriarcas e matriarcas podem ser vistas.

O lugar do sepultamento de Raquel

De acordo com a Bíblia, dois membros da família de Abraão não foram incluídos na caverna de sepultamento — a esposa favorita de Jacó, Raquel, e seu estimado filho José. José foi enterrado em Siquém (moderna Nablus), mas o lugar de seu sepulcro é incerto. Raquel, que morreu no caminho para Belém, foi enterrada nesta vizinhança. Uma tradição muito moderna situa o lugar de sua tumba onde ela está hoje ao longo da estrada de Hebrom, na entrada para Belém, mas é duvidoso que este seja o lugar verdadeiro do enterro, baseando- nos numa comparação geográfica cuidadosa das descrições bíblicas do livro de Gênesis, 1 Samuel e Jeremias. O relato de Gênesis diz que Raquel foi enterrada na estrada para “Efrata (que é Belém)” (Gn 48.7). Belém hoje está localizada ao sul de Jerusalém no território designado à tribo de Judá. Porém, Jeremias, aludindo à morte de Raquel, diz que ela está “em [ou perto de] Ramá” (Jr 31.15), uma área ao norte de Jerusalém (A-Ram dos dias atuais) na herança tribal de Benjamim.

Esta localização próxima a Ramá ou a Gibeá (logo a leste de Ramá) parece sustentada pela declaração de Samuel de que o “sepulcro de Raquel” estava “no termo de Benjamim, em Zelza” (1 Sm 10.2). O lugar original de Efrata tem sido identificado com uma cidade antiga construída perto da fonte de Ein Prat, onde a estrada de Betei à fonte primeiro passa entre Ramá e Gibeá. Somente a uma pequena caminhada deste local estão localizadas cinco grandes estruturas de pedras que, desde os tempos antigos, os árabes têm chamado de Kubr Bnai Yisrael (“Os Sepulcros dos Filhos de Israel”). A origem destas estruturas retangulares permanece um mistério; tem sido cuidadosamente sugerido que elas datem da era megalítica (2000-1500 a.C.), uma delimitação de tempo que inclui os patriarcas. Durante o último século Clermont-Ganneau identificou o lugar como a tumba de Raquel. Argumentos posteriores em favor do local foram feitos recentemente pelo topógrafo e naturalista israelita Nogah Hareuveni.

Então, enquanto podemos ter apenas evidência circunstanciais para a existência dos patriarcas — baseada em documentos do antigo Oriente Próximo que refletem seus costumes e práticas — podemos também acrescentar a isso o testemunho de suas tumbas desde a antiguidade

Livro: Arqueologia Bíblia- Autor: Randall Price, Editora: CPAD, pags. 81-83

 

 


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